SEM AUTOR
Centelhas de dúvidas pairam no ar
atormentam os finais de tarde
o adormecer do sol
e iniciam a insônia da longa madrugada.
Pensamentos dúbios discordam das rubricas tempestivas
dadas nas páginas em branco,
nas frases que nunca foram escritas.
Infantil respaldar um livro inacabado,
intolerante levantar-se no meio do filme e dá-lo como creditado.
O medo da narrativa o impulsiona a escrever histórias paralelas,
a fugir dos contos que te aterrorizam e não o deixa colocar os pés no chão.
Jogas a dúvida para debaixo da cama
e inutilmente espera que alguém o descarte no limbo imaginário,
que criaste a revelia do autor.