domingo, 28 de abril de 2013

Minha alma irmã


São mais de 23 anos de amizade. Construímos uma história de afeto, lealdade, compromisso com a verdade e amor. Dividimos tantas dores, amores, derrotas e vitórias. Apadrinhamos nossas filhas.
Somos o equilíbrio uma da outra (ela é claro, MUITO mais meu!). Somos tão diferentes e tão parecidas! A irmã que a vida me deu.
Os textos abaixo traduzem perfeitamente o que compartilho com LUCIANA RIBEIRO, e não poderiam ser retirados de melhores obras espíritas.

"Muitas almas criadas aos pares são destinadas a evoluírem juntas, unidas para sempre na alegria e na dor. Deram-lhes os nomes de almas irmãs; o seu número é mais considerável do que geralmente se crê; realizam a forma mais completa, mais perfeita da vida e do sentimento; e dão às outras almas o exemplo de um amor fiel, inalterável, profundo; podem ser reconhecidas por esses caracteres." (O problema do ser, do destino e da dor – Leon Denis).
"No relacionamento diário, entra-se em contato com muitas pessoas. Mas o amigo torna-se alguém diferente, especial e único. E visto com outros olhos - uma pessoa por quem a gente torce, vibra e sofre. Está presente nos bons e nos maus momentos; é amado e tratado com muita sinceridade. Além da afinidade, a amizade sólida baseia-se no convívio, na compreensão e na manifestação desses sentimentos profundos. Por essa razão, é um processo. Não nasce pronta. A relação deve ser construída e trabalhada dia a dia, por ambas as partes, porque exige reciprocidade. É como cultivar uma planta que, se não for regada com frequência, morre.

Mais que um irmão, o amigo é a oportunidade que Deus dá a cada um para encontrar sua metade. Com ele, a pessoa pode se revelar verdadeiramente: dizer não, sem medo de ferir; sim, sem medo de bajular; e as verdades, sem medo de ofender. Isso porque se acredita na amizade; por ela ser isenta de paixão. Num relacionamento assim, não existe inveja, orgulho, rancor ou grandes mágoas. A verdadeira amizade é eterna, como o amor.

Com o amigo, inexiste a censura e o medo de ser por ele conhecido a fundo. Nesse relacionamento, tudo vem à tona: as fraquezas, os limites, os defeitos, mas também as grandezas de alma e os aspectos positivos. Tudo é aceito, partilhado e vivenciado para o crescimento de ambos.

A amizade é uma ligação espiritual, que deixa a impressão de que sempre se conheceu o amigo. Isso ocorre porque ele preenche a outra metade da pessoa. Da mesma forma que se encontra o amor, encontra-se também o amigo. Trata-se de uma preferência de identificação, de carinho, de ternura e de vontades."
(O Evangelho Segundo o Espiritismo)


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Tênue

ADORO a palavra tênue!
É tão ampla, extensa e repleta de significados.
É fina; é grossa. Pode ser simples ou complexa.
O que separa dois amores ou dois desafetos? "Uma linha tênue"...
Não é magnífico?
Todas as possibilidades que essa palavra pode oferecer são infinitas e tênues...
Reticências e tênue não se completam?
Definitivamente SIM!
Tem uma música da Maria Gadú que expressa bem a diversidade proposta na palavra:
"...Entre o bem e o mal a linha é tênue meu bem
Entre o amor e o ódio a linha é tênue também
Quando o desprezo a gente muito preza
Na vera o que despreza é o que se dá valor
Falta descobrir a qual desses dois lados convém
Sua tremenda energia para tanto desdém
Ou me odeia descaradamente
Ou disfarçadamente me tem amor..."

Alias, tem outras palavras que também ADORO!
Maledicência, malemolência, fugaz, antolhos, eloquente, contingência e diretriz (rs).

Não me perguntem por que... Simplesmente adoro...


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Para colorir o dia



ENTRELINHAS

Te amo nas entrelinhas
irregularmente,
linear como ondas revoltas.
Te amo na saudade
na distância,
no imaginário mundo bom.
Soluços inconseqüentes,
espasmos que percorrem continentes
e retornam ao teu colo,
ao teu peito.
Te amo nas fugas
            nos medos
            nas verdades tão suas.
            Te amo sem querer,
 esquecendo os riscos gritantes
 correndo para o lado oposto da cidade
 e te encontrando em todas as esquinas;
 sempre me esperando.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Tenho todo o tempo do mundo...

Já fiz tantas promessas...
Já ouvi outras milhares e acreditei.
Luto pelo que vale a pena
pelo intenso, pelo lúdico.
Gosto do colorido,
de flores, de sol.
Eu fui uma garotinha que chorava muito, por tudo;
principalmente pelas ausências...
Cresci querendo MUITO de tudo, de todos. E isso, na maioria das vezes, não era possível.
Aquela garotinha se prometeu crescer forte e parar de chorar;
timidamente amadureceu e tentou cumprir a promessa velada feita atrás daquele armário de madeira imenso, seu esconderijo preferido para chupar o dedo em paz.
Cresci e realmente parei de chorar em vão. Por perdas ou abandonos. Parei de chorar pelo o que eu não tinha ou pelo que não era meu.
A garotinha ficou esquecida naquele canto e nem sei porque a libertei por esses míseros segundos...
Sei sim... foi para deixá-la chorar um pouquinho, pois ela chora sem culpas, ela chora livre do peso da maturidade, das responsabilidades... ela simplesmente chora.
E confesso que é tão assustador e tão bom ao mesmo tempo deixá-la chorar.
A armadura que a garotinha vestiu; visivelmente a transformou no que ela queria ser; dura, prática e muitos vezes seca. Esse objetivo foi alcançado com muito êxito.
Hoje me reconheço egoísta e egocêntrica; e essa identificação me faz ver o quanto me machuquei sem perceber ao longo dos anos. Ouvi uma vez a seguinte frase: "você tem o dom de destruir o que é bom na sua vida". E entendi o acerto em tão dolorida paisagem.
Hoje, sem precisar de terapia, reconheço meus erros e defeitos. Também todas as minhas qualidades.
A parte que quer sol, luz e flores é da adulta que se dá, ao direito de querer ser somente feliz. De se cobrar menos, sofrer menos. De amar mais.

" Não tenho mais o tempo que passou, mas tenho todo o tempo do mundo..."



terça-feira, 9 de abril de 2013

Amamos PESSOAS !!!


Meu próximo livro (faz mais de 3 anos que está pronto!) além de poesias; é também de CONTOS.
Esse conto foi um dos primeiros que escrevi e isso foi em 2006! Além de muito ATUAL, ele é a minha singela homenagem aos "FELICIANOS" desse mundo afora...


Variações sobre o mesmo tema.
 Rosana entrou na sala vazia e olhando a sua volta, viu que nada mais naquele ambiente lhe era familiar. Nenhum quadro na parede, nenhum toque pessoal.
O espaço tornara-se amplo e arejado. Não teve vontade de chorar, não teve vontade de sair. Sentou-se no chão e com um sorriso no rosto e os olhos fechados relembrou os bons momentos que viveu naquela casa.
Ela conheceu Marina no Metrô. Nunca olhara para nenhuma mulher com interesse, jamais pensara em beijar uma mulher. Os homens até então, tinham preenchido todas as suas lacunas sentimentais e sexuais. Adorava homens. Idolatrava pênis. Tinha total devoção ao corpo masculino; pêlos, pernas, mãos, absolutamente tudo em um homem a seduzia. Não imaginava uma transa sem penetração. Depois das deliciosas preliminares; com mãos, bocas e brinquedos, nada mais sublime do que um pênis invadindo todo o seu interior.
E João era perfeito nesse quesito. Ele possuía o pênis mais fantástico que já vira. Era lindo, digno de fotos. João era seu namorado há um ano e lhe parecia o parceiro ideal; gostavam das mesmas baladas e curtiam as mesmas taras sexuais. Novidade era o que não faltava no relacionamento; compravam acessórios, participavam de festinhas com troca-troca de casais e comiam pipoca no cinema.
Então conheceu Marina. Na troca de olhares no Metrô, trocaram também telefones. Na semana seguinte trocaram segredos. Duas semanas depois; se deram prazer. Foi a trepada mais fantástica e diferente que já vivenciara. Marina era experiente e esperta. Um mês depois estavam morando juntas.
João não entende até hoje o que aconteceu e questiona-se como podia Rosana estar transando com alguém que não tinha pênis.
Rosana, na época tinha 27 anos e Marina 38, e juntas compartilharam as trepadas mais sensacionais e diferentes. Transavam em todos os lugares, em todas as posições e a falta do objeto fálico que Rosana tanto questionava, foi suprida por um vibrador bárbaro. O dia-a-dia era igual ao de qualquer casal hétero, todas as funções eram divididas; saiam para trabalhar, encontravam com os amigos e transavam divinamente.
Ficaram dois anos juntas. No mesmo Metrô, Rosana conheceu Gilberto. Alto, forte, um rosto quadrado de homem rude e uma mão grande. Adorava mãos de homens; grandes, grossas, firmes. Uma hora depois estavam transando como loucos desconhecidos na casa dele. Gilberto tinha um pênis maravilhoso, que aliado às mãos grossas fizeram Rosana gozar inesquecíveis vezes. Rosana ainda ficou casada com Marina por mais dois meses, transando diariamente com Gilberto.
Agora estava no apartamento que dividiu com Marina, no qual compartilharam momentos magníficos e que lhe pareciam tão distantes. A campainha tocou. Levantou-se do chão, abriu a porta para o corretor e entregou-lhe as chaves. Parecia uma página virando. Desceu no elevador com o pensamento distante. Na rua, apressou o passo, queria chegar logo no Metrô.



quarta-feira, 3 de abril de 2013

Diga só pra mim...

Diga que a vida vai ser sempre assim
E que os bons momentos são feitos de rosas,
Diga que o tempo é apenas engano e que a tristeza
sempre vai embora.

Diga para mim que
O amor não tem fim
Diga só pra mim que
O amor não tem fim.

Será ilusão?
Diga que o destino se diverte assim;
nos promete asas, nos promete o mundo;
que a felicidade escapa pelas mãos;
e que pra alcançá-la se vale tudo.



Último tempo

Por que ocorre um gol aos 15 minutos da prorrogação?
Por que as coisas acontecem quando menos esperamos?
Simplesmente porque o jogo não acabou!
Enquanto houver homens em campo, pessoas na batalha diária ou luz no fim do túnel; tudo pode acontecer.
É estranha a sensação de que tudo pode mudar, as situações podem tomar rumos inesperados.
É mágico também.
As dúvidas sobre "os porquês" geralmente giram em torno da contestação do livre arbítrio; afinal nada é por acaso; carmicamente falando...
Surpreendo-me quando fatos inesperados acontecem na minha vida e costumo brincar dizendo que tenho um "Bope de anjos" me resguardando. Porque essa é a única explicação plausível para a bonança que sucede as tempestades.
O melhor é ter a sensação de que nada é definitivo.  A vida não se resume a jogarmos cimento em cima das histórias ou dos problemas, e com isso tudo desaparecer por completo.
A vida não se resume a NADA; ela simplesmente está aberta para as inovações, renovações e tentativas.
Quantas vezes chutamos a gol?
Quantas vezes o placar é alterado?
Enquanto houver jogo.


terça-feira, 2 de abril de 2013

Inicio da Série: "Poesias do novo livro"



PREVISÕES

Quem ousa dizer que acabou?
Quem terá a empáfia de desmentir essa história
ou jogar flores no túmulo vazio?
Eu não me atreveria,
não atormentaria os sábios
e nem desagradaria os descrentes.
Suas forças sucumbirão aos desmandos do destino,
do incerto
do surreal prazer caótico.
Fingirá que esqueceu
e fracamente se resguardará das dores,
tormentas previstas por lei
nas tempestades implacáveis,
geradas por esse amor sem igual.