Já fiz tantas promessas...
Já ouvi outras milhares e acreditei.
Luto pelo que vale a pena
pelo intenso, pelo lúdico.
Gosto do colorido,
de flores, de sol.
Eu fui uma garotinha que chorava muito, por tudo;
principalmente pelas ausências...
Cresci querendo MUITO de tudo, de todos. E isso, na maioria das vezes, não era possível.
Aquela garotinha se prometeu crescer forte e parar de chorar;
timidamente amadureceu e tentou cumprir a promessa velada feita atrás daquele armário de madeira imenso, seu esconderijo preferido para chupar o dedo em paz.
Cresci e realmente parei de chorar em vão. Por perdas ou abandonos. Parei de chorar pelo o que eu não tinha ou pelo que não era meu.
A garotinha ficou esquecida naquele canto e nem sei porque a libertei por esses míseros segundos...
Sei sim... foi para deixá-la chorar um pouquinho, pois ela chora sem culpas, ela chora livre do peso da maturidade, das responsabilidades... ela simplesmente chora.
E confesso que é tão assustador e tão bom ao mesmo tempo deixá-la chorar.
A armadura que a garotinha vestiu; visivelmente a transformou no que ela queria ser; dura, prática e muitos vezes seca. Esse objetivo foi alcançado com muito êxito.
Hoje me reconheço egoísta e egocêntrica; e essa identificação me faz ver o quanto me machuquei sem perceber ao longo dos anos. Ouvi uma vez a seguinte frase: "você tem o dom de destruir o que é bom na sua vida". E entendi o acerto em tão dolorida paisagem.
Hoje, sem precisar de terapia, reconheço meus erros e defeitos. Também todas as minhas qualidades.
A parte que quer sol, luz e flores é da adulta que se dá, ao direito de querer ser somente feliz. De se cobrar menos, sofrer menos. De amar mais.
" Não tenho mais o tempo que passou, mas tenho todo o tempo do mundo..."
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