Meu próximo livro (faz mais de 3 anos que está pronto!) além de poesias; é também de CONTOS.
Esse conto foi um dos primeiros que escrevi e isso
foi em 2006! Além de muito ATUAL, ele é a minha singela homenagem aos "FELICIANOS" desse mundo
afora...
Variações
sobre o mesmo tema.
Rosana entrou na sala vazia
e olhando a sua volta, viu que nada mais naquele ambiente lhe era familiar.
Nenhum quadro na parede, nenhum toque pessoal.
O espaço tornara-se amplo e
arejado. Não teve vontade de chorar, não teve vontade de sair. Sentou-se no
chão e com um sorriso no rosto e os olhos fechados relembrou os bons momentos
que viveu naquela casa.
Ela conheceu Marina no Metrô.
Nunca olhara para nenhuma mulher com interesse, jamais pensara em beijar uma
mulher. Os homens até então, tinham preenchido todas as suas lacunas
sentimentais e sexuais. Adorava homens. Idolatrava pênis. Tinha total devoção
ao corpo masculino; pêlos, pernas, mãos, absolutamente tudo em um homem a
seduzia. Não imaginava uma transa sem penetração. Depois das deliciosas
preliminares; com mãos, bocas e brinquedos, nada mais sublime do que um pênis invadindo todo o seu interior.
E João era perfeito nesse
quesito. Ele possuía o pênis mais fantástico que já vira. Era lindo, digno de
fotos. João era seu namorado há um ano e lhe parecia o parceiro ideal; gostavam
das mesmas baladas e curtiam as mesmas taras sexuais. Novidade era o que não
faltava no relacionamento; compravam acessórios, participavam de festinhas com
troca-troca de casais e comiam pipoca no cinema.
Então conheceu Marina. Na troca
de olhares no Metrô, trocaram também telefones. Na semana seguinte trocaram
segredos. Duas semanas depois; se deram prazer. Foi a trepada mais fantástica e
diferente que já vivenciara. Marina era experiente e esperta. Um mês depois
estavam morando juntas.
João não entende até hoje o que
aconteceu e questiona-se como podia Rosana estar transando com alguém que não
tinha pênis.
Rosana, na época tinha 27 anos e
Marina 38, e juntas compartilharam as trepadas mais sensacionais e diferentes.
Transavam em todos os lugares, em todas as posições e a falta do objeto fálico
que Rosana tanto questionava, foi suprida por um vibrador bárbaro. O dia-a-dia
era igual ao de qualquer casal hétero, todas as funções eram divididas; saiam
para trabalhar, encontravam com os amigos e transavam divinamente.
Ficaram dois anos juntas. No
mesmo Metrô, Rosana conheceu Gilberto. Alto, forte, um rosto quadrado de homem rude
e uma mão grande. Adorava mãos de homens; grandes, grossas, firmes. Uma hora
depois estavam transando como loucos desconhecidos na casa dele. Gilberto tinha
um pênis maravilhoso, que aliado às mãos grossas fizeram Rosana gozar
inesquecíveis vezes. Rosana ainda ficou casada com Marina por mais dois meses,
transando diariamente com Gilberto.
Agora estava no apartamento que
dividiu com Marina, no qual compartilharam momentos magníficos e que lhe
pareciam tão distantes. A campainha tocou. Levantou-se do chão, abriu a porta
para o corretor e entregou-lhe as chaves. Parecia uma página virando. Desceu no
elevador com o pensamento distante. Na rua, apressou o passo, queria chegar
logo no Metrô.
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