Sentei-me e dei um longo suspiro...
Tem exatamente UM ano que não vinha aqui, e hoje acordei com uma vontade louca de voltar a escrever para mim... porque é exatamente para isso que esse espaço serve; para eu escrever o que estou sentindo ou pensando.
As redes sociais acabam nos policiando um pouco sobre "o que escrever", na maioria das vezes são compostas por um leque de pessoas "conhecidas" e que não se interessam (ou não nos interessa) pelas nossas fases da vida. Não curto realmente ficar postando sentimentos ou sensações no facebook e aqui tenho a liberdade de escrever o que bem entender; afinal só aparece por aqui quem se interessa realmente por mim.
Ontem li a coluna da Martha Medeiros, no Jornal O Globo, e ela dizia que escrever é a melhor forma de terapia. Escrever para si mesmo é o melhor exorcismo para os males da alma.
E assim; declaro meu retorno a esse lugar que é SÓ MEU!
Hoje vou escrever sobre LUTOS.
O que é realmente o luto? quais são as formas de vivenciá-lo? qual é o tempo de inicio e fim? existe fim para o luto?
São tantas as perguntas, e não vou ser eu a respondê-las... Simplesmente porque não sei respondê-las. Não me julgo capaz de ter certezas sobre um assunto que para mim é tão misterioso. Para mim, são perguntas que jamais vão ter resposta.
Já vivi tantos lutos; passei por alguns sem saber o que estava realmente acontecendo e por muitos outros, ainda permaneço de preto.
São lutos amorosos, outros comerciais, alguns fraternos. São lutos em toda a sua extensão de dor e saudade. São lutos intensos e envoltos numa quarentena que não finda. São lutos.
Sou uma pessoa extremamente dificil de entender. Tenho nuances próprias e na maioria das vezes indescritíveis. Sou complicada, moradora de um mundinho cercado de arame farpado e que só entra de verdade, quem eu permito. Tenho muitos amigos, mas os que têm acesso as áreas restritas são pouquíssimos. Esse meu isolamento faz com que muitas das minhas dores sejam trancafiadas na torre e as mesmas permanecem lá por uma vida inteira, sem ninguém ousar libertá-las.
Tem um episódio que me define muito bem: há alguns anos, fui assistir com meu melhor amigo, Fernando, o filme "A Dona da História", sai do cinema aos prantos e Fernando abismado comigo, sem entender o porquê daquele surto, tentava me consolar pois o filme não pedia lágrimas... a catarse foi porque eu não parava de pensar se realmente tinha feito as escolhas certas para a minha vida. Passaram-se muitos anos desde aquela tarde, eu continuo em catarse e me fazendo as mesmas perguntas; será que fiz as escolhas certas? os caminhos eram os corretos? e se eu tivesse virado a esquerda ao invés da direita? Coisas de geminiana...
Confesso que tenho alguns lutos permanentes, que não me impedem de seguir a minha vida, de sonhar ou fazer planos; mas que atormentam o roteiro do meu filme, da história da qual eu sou a única dona.
Alê
ResponderExcluirNunca esquecerei aquela noite, achei o filme uma delicia e mais delicia ainda foi a nossa sessão de terapia com as reflexoes após o filme, hahahahahhahah, foi bom entender que as ideias poderiam amadurer e que a vida era feita de escolhas.
Fernando Garcia
Voltando no 1° de abril? É pegadinha?...rs
ResponderExcluirTe amo, amiga. O bom é saber que virando para a esquerda, para a direita, para cima, para baixo, ou mesmo pelo avesso, você estará lá. Beijos mil!