O saldo do caos

A tempestade passou...veio a bonança e tudo voltou ao normal. Reconheço que a normalidade não é uma das minhas presenças favoritas; gosto do novo, do excesso, do caos. Me divirto no caos. Porém, depois de um mês caótico, voltar a normalidade do dia a dia é realmente um conforto.
E o que contabilizar dessa experiência, além do que já relatei no último post? a diversidade admirável, ou não, das pessoas ao meu redor.
Uma das muitas certezas que tenho na minha vida e sobre mim, é de que sou completamente desprovida de preconceitos, acho todas as posturas humanas passíveis de entendimento e estou sempre aberta a reconhecer e acolher as diferenças.
O ser humano é rico de tons e seria realmente muito chato viver num mundo pasteurizado ou dentro do "Show de Trumam".
Adoro olhar ao meu redor e observar atitudes, posturas ou olhares sobre o mundo que combinam ou divergem da minha ótica particular.
E o convívio com algumas pessoas, nesse último mês, reforçou a minha filosofia de vida: "não julgues pela aparência, a casca pode te enganar". Existe lugar comum mais sábio do que este? é difícil descrever outro nesse momento.
Resumindo: Um senhor com mais de 70 anos, cara de vovozinho fofo, voz mansa, gestos calmos, personificação do "Gepeto"...um doce. Do outro lado, um ogro,integrante ativo da torcida organizada do Corinthians, skinread, corpo fechado em tatuagens,alcoolatra nas horas disponíveis, fumante nos intervalos integrais. Quem você convidaria para jantar na sua casa, com os seus filhos presentes na mesa? todos responderiam; o velhinho fofo, é claro. Todos que prejulgam a aparência, os esteriótipos. Ainda bem, que a minha pouca sabedoria sempre me pede para dar chance para as pessoas mostrarem a que vieram, qual é a função de cada um na minha vida, blá,blá,blá...
E foi justamente isso o que aconteceu; o "Gepeto" se mostrou a personificação do Demo, infernizou a minha vida de todas as formas possíveis e impossíveis, e como uma voz sempre calma e suave; fez com que eu desejasse assassiná-lo incontáveis vezes. Espero sinceramente, nunca mais cruzar o caminho desse ser pequeno e desprezível.
E o Badboy? um doce, prestativo, parceiro,divertido e acima de tudo; verdadeiro. Tem uma "casca" fora dos padrões? sim. Tem uma postura que agride a 1a vista? sim. Tem um coração do tamanho do mundo? SIM. E o que é a aparência diante do caráter? o que são as roupas diante da generosidade das ações? Nada. Nada pode ser comparado quando olhamos só para os pontos positivos. Ninguém pode ser julgado sem ter o direito de se apresentar.
Reitero minhas posições na vida, minha falta de preconceitos, minha eterna vontade de conhecer pessoas, de estar sempre disponível para novas amizades; minha curiosidade com as diferenças.
E se de cada situação tiramos uma lição; nesse episódio da minha vida fica essa: definitivamente ninguém é o que aparenta ser.
Graças a Deus!